1.Introdução
Aconteceu em 05 de fevereiro de 2013, no Centro Histórico de Belém, sob a coordenação da professora Cíntia Arruda, da disciplina Preservação e Conservação de Acervos, visita técnica no circuito externo do Forte do Presépio, na Igreja de Santo Alexandre, Museu de Arte Sacra e Igreja da Sé, e contou com a participação dos alunos do Curso Técnico de Biblioteca, 6a. fase, turno tarde e noite.
2. Forte do Presépio
É
o marco da fundação de Belém - 1616. Formado de dois circuitos: o
externo, que é o Sítio Histórico da Fundação de Belém, onde conserva os
canhões originais. Na entrada há o Portal de Aquartelamento, que
atravessando encontra-se o espaço e o tempo da Feliz Luzitânia, o
primeiro nome de Belém. A cidade nasceu dentro do Forte e a partir dele.
Na segunda metade do séc. XIX, foi construído um muro aquartelando este
sítio e ocultando o forte da paisagem urbana. Em dezembro de 2002, o
muro foi parcialmente demolido, ficando o vestígio. Encontra-se, ainda,
neste espaço: o Fosso, o Baluarte e o Redente.
O
circuito interno corresponde ao Museu do Encontro, que, segundo
registro no Portal, reúne objetos de cerâmica Tapajônica e Marajoara e
cultiva material recolhido no próprio sítio.
3. Igreja de Santo Alexandre
Seu primeiro nome foi Igreja de São Francisco Xavier, em homenagem a
um missionário jesuíta. Em 1639, era uma ordem religiosa feita de barro,
palha e madeira. O período de construção deu-se de 1698 a 1719. A parede frontal ainda é original, feita de pedra preta, barro e madeira.
No lado direito da igreja há 3 capelas em madeira esculpida em cedro
vermelho. No lado esquerdo também há 3 capelas feitas em argamassa,
construído em estilo barroco tardio. A arquitetura, imagens, pinturas
são traços do Barroco, com anjinhos, querubins, contornos arredondados; o
teto não é original e o piso é em cerâmica. Existem 2 púlpitos, de um
lado e de outro, onde eram realizadas as missas. As tribunas, dispostas
ao lado dos púlpitos, no alto, era onde a realeza assistia as missas.
Há ainda, duas capelas transversais: ao lado direito, era feita de
pedra preta, cerâmica e madeira; no alto, ao centro, encontra-se a
imagem de Santo Alexandre, que era um soldado romano; ao seu lado, São
Bartolomeu e São Miguel Arcanjo. A capela ao lado esquerdo é mais
recente, do séc. XIX. No alto tem um símbolo em latim: IHS, que
significa JESUS, SALVADOR DOS HOMENS; a base do altar é feita em
argamassa, Cristo com a cruz em madeira, ao centro, colunas com símbolos
de pássaros, uvas, escudo com símbolos de coração e cruz. Existem,
ainda, quatorze pequenos quadros feitos no séc. XIX, com madeira e ferro
fundido. O altamor (altar principal) é talhado em cedro vermelho,
mão-de-obra indígena, catequizados pelos jesuitas; ao centro, Nossa
Senhora da Conceição; em baixo do altar, dentro de um móvel
transparente, há uma escultura de Jesus deitado; figuras de anjinhos
segurando as colunas; o teto foi feito pelo arquiteto italiano Landi,
que teve expressiva participação artística no Pará.
A sacristia era o local onde o religioso se preparava para a missa, o
altar é folheado a ouro. á um armário retangular, onde, na época, eram
guardados as roupas utilizadas na missa; o crucifixo, ao centro; e o
teto é original barroco, com símbolos da igreja católica. Existem duas
pedras de lápide fundidas verticalmente na parede, que foram encontradas
e guardadas somente para conservação, uma, de um Arcebispo e outra de um Capitão mor.
Localizado anexo a Igreja de Santo Alexandre, na frente, ao lado
direito, há uma escultura de São Inácio de Loyola (Fundador da Ordem), no
lado esquerdo, São Francisco Xavier. Na entrada, existe uma escultura
de Maria e Jesus Cristo, morto em seu colo; em madeira policromada,
estilo barroco, nas cores vermelho, azul e branco; expressão de
sentimento e movimento; o crânio na parte inferior da escultura
representa a morte. Entrando no corredor, existem quadros com resumos
históricos dos Carmelitas, Igreja do Carmo, São João, Os Franciscanos, A
Catedral, Igreja das Mercês, Santana, etc.
Na sala do homens, encontram-se esculturas de José de Arimatéia, São
José de Botas, São Joaquim, Santana Mestra, N. Sra. da Lactação e
outros. Há ainda, o quadro retratando a Santa Ceia, no qual tem uma
curiosidade: são 15 personagens ao invés de 13, além de Jesus e os
discípulos, foi colocado pelo autor Maria e um soldado romano.
Na sala da prataria, existem objetos litúrgicos em ouro e prata:
coroas, lava pés, ostensórios, castiçais, bandejas, cetros. Há um
ostensório especil, que foi doado no VI Congresso Eucarístico Nacional,
realizado em Belém, no ano de 1953. O mesmo é feito em ouro, prata e
pedras preciosas; a base é formada por pedras preciosas que foram doadas
e cravadas.
5. Igreja da Sé
É Também conhecida como Catedral Metropolitana de Belém. Teve a deposição da sua primeira pedra em 1748, com construções interrompidas diversas vezes, motivo de várias inaugurações.
Em dezembro de 1755, o terceiro bispo do Pará, D. Frei Miguel de
Bulhões, realiza a inauguração da nova catedral. Com a chegada do
arquiteto italiano Antonio J. Landi ao Pará, a obra ganhou alguns novos
elementos na fachada e no interior, recebendo influências luso-italianas
do artista.
Segundo
Lélia Fernandes, diretora de Patrimônio da SECULT, "a igreja é um
monumento belíssimo que se destaca dentro do Centro Histórico, que é o
antigo Largo da Sé. Além disso, também guarda toda uma simbologia
religiosa[...] porque de lá sai a maior manifestação do catolicismo
popular na América Latina, o Círio de Nazaré."
A igreja da Sé foi tombada de pelo Patrimônio Historico e Artístico
Nacional em 194l. É um dos mais ricos patrimônios da capital paraense,
principalmente do ponto de vista arquitetônico e artístico. Uma
curiosidade: no interior da igreja, no alto da parede frontal, existe um
orgão, Cavaillé-Coll, considerado o maior da América Latina, é de
tração mecânica e foi inaugurado em 09 de setembro de l882.
6. Conclusão
Através da visita ao Centro Histórico de Belém, conclui-se que as informações colhidas são enriquecedoras para os alunos do Curso Técnico de Biblioteca, pois o conhecimento faz com que haja consciência da realidade da nossa cidade e, consequentemente, nasce a vontade de cuidar e conservar o nosso patrimônio, e o mais importante, falar bem do nosso lugar.
Agradecimentos a professora Cíntia e ao Edgar, guia turístico do Museu de Arte Sacra de Belém.
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